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Julho. 10. 2020 Julho. 10
Parlamento aprova voto de pesar pela morte do matador Mário Coelho

O Parlamento aprovou hoje um voto de pesar pela morte do matador Mário Coelho. Foi aprovado com os votos de todas as bancadas partidárias, com excepção do PAN. 

Este foi o texto aprovado: 

Projeto de Voto n.º 282/XIV
De pesar pelo falecimento do Maestro Mário Coelho

A 5 de julho de 2020, no que seria um domingo de Colete Encarnado, vítima de Covid-19, faleceu em Vila Franca de Xira o conceituado toureiro Mário Coelho, nome grande da tauromaquia e um dos grandes embaixadores culturais de Portugal no estrangeiro.

Nas décadas de 50 e 60 do século XX alcançou prestígio internacional como bandarilheiro das principais figuras portuguesas e espanholas do toureio a pé, alcançando o estatuto de "Melhor Bandarilheiro do Mundo", e foi o que mais prémios conquistou a nível mundial.

Mário Coelho troca a Prata pelo Ouro e, a 25 de julho de 1967, toma a alternativa de matador em Badajoz, confirma-a em 1975 no México e, também, na Monumental de Madrid em 1980, durante a Feira de Santo Isidro.

A fama e glória alcançada nas arenas de todo o Mundo transportaram-no (e ao nome de Portugal) para um patamar de notoriedade internacional, tendo privado, entre muitos outros, com Hemingway, Orson Welles, Ava Gardner e Audrey Hepburn e tendo sido inspiração para um quadro de Pablo Picasso.

Em 1990, na Praça de Touros do Campo Pequeno, despediu-se das arenas. Foi agraciado com a Medalha de Mérito Cultural em 1990, por Pedro Santana Lopes (então S.E.C.), e, em 2005, com a Comenda da Ordem do Mérito, pelo então Presidente da República Jorge Sampaio.

Em outubro de 2001, na casa onde nasceu em Vila Franca de Xira, abriu ao público a Casa Museu Mário Coelho. Em 2005, assinalando 50 anos de toureio, publicou o livro autobiográfico "Da Prata ao Ouro", com prefácio de Agustina Bessa-Luís.

Em 2015 esteve patente, em Vila Franca de Xira, a exposição «MÁRIO COELHO - 60 ANOS DE GLÓRIA» e, em 2019, o Município inaugurou um busto em sua honra, da autoria de Paulo Moura. Em fevereiro deste ano, António de Sousa Duarte escreveu a sua biografia, apresentada por Manuel Alegre no Campo Pequeno, no Dia da Tauromaquia.

Até morrer, Mário Coelho nunca deixou de colaborar com ganadarias e de promover e participar em colóquios e outras atividades culturais. Mário Coelho disse, recentemente, que gostaria de ser recordado como "um homem digno, um homem que traçou um caminho direito e que nunca saiu dele". E assim será.

Pelo exposto, a Assembleia da República, reunida em sessão plenária, decide demonstrar o seu profundo pesar e consternação pelo falecimento do Maestro Mário Coelho e apresentar à família as suas sentidas condolências.

Assembleia da República, 7 de julho de 2020